Abertura da exposição Hãhãw: arte indígena antirracista” no Museu da Imagem e do Som do Ceará

Créditos/Fotógrafa: Natália Magalhães / @nataliadocinho
 
No dia 29 de julho (2023), o Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS CE) inaugurou a sua nova exposição intitulada “Hãhãw: arte indígena antirracista”, na primeira itinerância física da exposição que ocupou o Museu de Arte Sacra, em Salvador, ano passado, ao longo do mês de novembro. Com curadoria coletiva de artistas indígenas e do professor do IHAC e do Pós Cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Felipe Milanez, e coordenada em Fortaleza pelas talentosas Yacunã Tuxá, Merremii Karão Jaguaribaras, Ziel Karaotó e Rodrigo Tremembé, a mostra ocupará o andar +2 do Anexo do museu, dando visibilidade e expressão a mais de 20 artistas de diferentes etnias e contextos de todo o país – oito novos artistas somaram-se a exposição, desde que ela nasceu em Salvador. O MIS é parte da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão em parceria com o Instituto Mirante.
 
Aberta ao público, a exposição apresentará obras que destacam as formas de resistência, direitos e lutas contra o racismo e o genocídio enfrentados pelos povos indígenas. A inauguração da exposição contou com a presença dos artistas curadores, bem como do professor Felipe Milanez, do diretor do MIS-CE Silas de Paula, com lideranças do movimento indígena no Ceará, e familiares de Benicio Pitaguary, artista indígena que faleceu em 2022. Benício e Mbeni Ware, do povo Krenak, fotografa e ativista das causas indígenas que trabalhou no projeto na UFBA e faleceu em maio desse ano, são homenageados na exposição.
 
A programação da abertura inclui a exibição da obra “Céu Tupinambá”, da artista Glicéria Tupinambá; a performance do artista curador Ziel Karapotó, com a obra “Ritual para devorar o coração de Dom Pedro”; e um cortejo e ritual de Toré com o povo Pitaguary. O evento também contará com a discotecagem do DJ Rapha Anacé.
 
A mostra, que estreou em novembro de 2022 no Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia (MAS/UFBA), faz parte do projeto de pesquisa “Culturas de Antirracismo na América Latina” (CARLA), com sede na Universidade de Manchester, no Reino Unido, e conta com a colaboração da UFBA, da Universidade Nacional da Colômbia e da Universidade Nacional de San Martin (Argentina). O projeto é financiado pelo Conselho Britânico de Artes e Humanidades (UKRI-AHRC), e executado no Brasil pela FAPEX.
 
A exposição no Ceará reúne trabalhos de artistas indígenas como Antônia Kanindé, Arissana Pataxó, Barbara Matias Kariri, Débora Anacé, Denilson Baniwa, Glicéria Tupinambá, Graciela Guarani, Gustavo Caboco, Irekran Kayapó, Juliana Xukuru, Merremii Karão Jaguaribaras, Naine Terena, Olinda Yawar Tupinambá, Paulo Karão Jaguaribaras, Rodrigo Tremembé, Vitor Tuxá, Yacunã Tuxá e Ziel Karapotó. 
 
Na fase de pesquisa e elaboração do projeto, Arissana Pataxó, Glicéria Tupinambá, Graciela Guarani, Gustavo Caboco, Juliana Xukuru, Olinda Yawar Tupinambá, Yacunã Tuxá e Ziel Karapotó foram pesquisadores visitantes no IHAC. Inicialmente planejada para estar em cartaz até o dia 28 de agosto, já foi anunciada a sua extensão para, ao menos, duas semanas a mais, diante do sucesso da estreia e da grande procura e interesse do público.
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