Leda Bazzo defende tese intitulada: Lavemos a língua e arrumemos as roupas: memórias com as trabalhadoras lavadeiras.

 

DISCENTE: LEDA MARIA FONSECA BAZZO

DATA: 31/08/2020

HORÁRIO: 14h30

LOCALhttps://conferenciaweb.rnp.br/webconf/sala-de-defesa-de-doutorado

TÍTULO: AS ROUPAS: MEMÓRIAS COM AS TRABALHADORAS LAVADEIRAS.

RESUMO: Apresento nesta tese a lavagem manual das trabalhadoras lavadeiras como narrativas cíclicas da memória no descrever mais para explicar melhor, pautada na fenomenologia hermêutica conforme os estudos de Paul Ricoeur (2007, 2016a, 2016b, 2016c). Adentro em outras teorias da memória, como as de Henri Bergson (2011) e Maurice Halbwachs (1994, 1990, 2008) essencialmente, inclusos os neurocientistas, historiadores, sociólogos, antropólogos e psicólogos que estudaram a memória. Impliquei na reflexão do campo etnográfico Victor Turner (1974) e Richard Schechner (2000) quando quis pôr prova a “estrutura corporal” do labor das lavadeiras manuais compreendendo-o como memória social e histórica da nação brasileira às possíveis rasuras dessa memória como quadros ou lembranças vagas das reminiscência que “borram” essa memória forte. Mais adiante, Cliffort Geertz (2011) e Viveiros de Castro (2015) são utilizados como modos de desvendar a cultura das trabalhadoras lavadeiras. Percebi muitos marcadores da memória ferida (RICOEUR, 2007) ou da memória hábito (BERGSON, 2011) como enigma a ser decifrado, na composição de outras categorias da memória observadas. Testei a capacidade das reminiscências da memória como possível alvo da memória evolutiva, a plasticidade cerebral para as mudanças na transposição das peles (trabalhadoras lavadeiras e pesquisadora) marcando esse outro incorporado, como pegadas do vivido, excesso de memórias por circuitos ativados. Agora utilizo o tempo proustiano a ser redescoberto na repetição da lavagem-escrita na busca de uma memória do outro incorporada uma memória “antropofágica” das encenações reais e silenciosas, circundando a abertura de outros signos por penetração das vivências compartilhadas. Contudo, o árduo exercício do trabalho de memória feito junto às trabalhadoras lavadeiras aponta o apagamento das lembranças desse grupo de mulheres e ausência de vestígios para ultrapassar a dor das recordações vagas, exigindo-se justiça social e políticas reparadoras para elas e seus descendentes.

PALAVRAS-CHAVE: Corpos. Trabalhadoras lavadeiras. Memórias. Justiça social.

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Andréa Betânia da Silva (examinadora externa)

Prof. Francisco Antônio Nunes Neto (examinador externo)

Prof. José Roberto Severino (examinador interno)
 
Profa. Lícia Soares de Souza (examinador interno)
 
Profa. Edilene Matos (orientadora)
 
 
Português, Brasil
Data da Defesa: 
segunda-feira, 31 Agosto, 2020 - 14:30