Paulo Filho defende tese intitulada: Tudo que a boca come: A capoeira e suas gingas com a modernidade.

DISCENTE: PAULO ANDRADE MAGALHAES FILHO
DATA: 04/09/2019
HORA: 08:00
LOCAL: 
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC)
TÍTULO: Tudo que a boca come: A capoeira e suas gingas com a modernidade

 

RESUMO:

Esta tese procura entender como a capoeira se relaciona com a Modernidade. Os pensadores decoloniais argumentam que a Modernidade não pode ser pensada sem sua face oculta, a Colonialidade, e seus brutais processos de escravização e genocídio. Apesar de ser uma manifestação cultural que apoia sua identidade sobre um discurso de tradição, a capoeira é fruto desse violento encontro de povos. Nos propomos a pensá-la como uma contracultura da Modernidade, que ginga com esta e dentro desta, com um pé dentro e outro fora, por operar com distintas lógicas e racionalidades. A capoeira, em nosso trabalho, é pensada como um símbolo da sociedade brasileira com todos seus paradoxos, ambiguidades e contradições. Uma representante da nossa Modernidade, modelo próprio construído pela interseção e cruzamento de diferentes heranças e temporalidades. Desafiamos aqui a profecia weberiana, de que o advento da Modernidade (ou como define Marx, a expansão do Capital) levaria irreversivelmente à racionalização e desencantamento do mundo. Pretendemos demonstrar que, por um lado, a capoeira se racionalizou de diferentes formas, com seus processos de esportivização e normatização. Até as políticas culturais que pretendem salvaguardar os saberes tradicionais impulsionam os mestres e grupos a se burocratizarem para ter acesso ao poder público e suas verbas. Por outro lado, este mundo permanece encantado, guardando conexões e segredos sutis que, embora desafiem o senso comum do materialismo científico hegemônico, guardam estreitas relações com outras formas de descrição da realidade. É aqui que a capoeira, herança bantu, se conecta com a física quântica. Trataremos dessa relação íntima da capoeira com o candomblé, através do caboclo, do Exu e dos ancestrais.



PALAVRAS-CHAVE:

Capoeira, Modernidade, Racionalização, Desencantamento, Pensamento Bantu

 

PÁGINAS: 207

GRANDE ÁREA: Outra

ÁREA: Multidisciplinar

 

MEMBROS DA BANCA: 

Interno - ADALBERTO SILVA SANTOS

Interno - DANIELE PEREIRA CANEDO - UFRB

Externo ao Programa -EDUARDO DAVID DE OLIVEIRA

Externo ao Programa -LUIZ RENATO VIEIRA - NENHUMA

Interno - MILTON ARAUJO MOURA

Português, Brasil
Data da Defesa: 
quarta-feira, 4 Setembro, 2019 - 08:00