Coordenador do Pós-Cultura participa de missão internacional na África do Sul

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Internacionalização do Pós-Cultura com a África do Sul
 
Como parte do plano de internacionalização do Pós-Cultura, apoiado pela CAPES através do Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação Estratégico de Consolidação dos Programas de Pós-Graduação stricto sensu acadêmicos, o professor Felipe Milanez está em missão na África do Sul, na cidade de Durban, para atividades no congresso internacional da Rede de Ecologia Política (Political Ecology Network: POLLEN), que acontece pela primeira vez no continente africano, na Universidade de Kwazulu-Natal, cidade de Durban, e avançar na construção de um acordo com o Centre for Civil Society, da Universidade de Kwazulu-Natal.
 
O professor Felipe Milanez integra uma das plenárias principais, chamada de Indaba, palavra que vem das línguas Zulu e Xhosa, como ocorriam as conferências dos povos Zulu, Xhosa, Swazi, entre outros, no sul do continente africano. O tema dessa indaba será "Ecologia Política: Norte, Sul e Além" (Political Ecology: North, South, and Beyond), na qual os participantes irão discutir caminhos de aproximação e intercambio de teorias e de experiências. A plenária Indaba vai discutir as possibilidades de encontros das ecologias políticas praticadas em diferentes continentes e perspectivas críticas, como aprofundar o movimento decolonial e pelo Sul global desse paradigma de pensamento. As relações entre cultura e ecologia e as humanidades ambientais têm ganhado espaço dentro do Pós-Cultura a partir do crescimento das preocupações sociais com a emergência climática e os conflitos ambientais, os limites do crescimento e a superação do desenvolvimento como paradigma universal de bem-estar, para outras perspectivas tais como bem viver, ubuntu, tekó porã. Em 2019, aconteceu na UFBA, sob a coordenação do prof. Felipe Milanez, o III Congresso Latinoamericano de Ecologia Política, cujo tema era: "Insurgências decoloniais e horizontes emancipatórios: ecologia política e libertação", e parte dessa experiência desenvolvida na Bahia será compartilhada, junto da sua atuação como coordenador do Grupo de Trabalho Ecologias Políticas Desde Abya yala, no CLACSO (Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais).
 
Durante a conferência em Durban também será apresentada a itinerância internacional da exposição Hãhãw: Arte Indígena Antirracista, que aconteceu no Museu de Arte Sacra, da UFBA, em novembro de 2022, como parte do projeto de pesquisa internacional Culturas de Antirracismo na América Latina (CARLA – junto das universidades de Manchester, Nacional da Colômbia e San Martin). O projeto, coordenado por Milanez, tinha como pesquisadoras associadas Arissana Pataxó, doutoranda na EBA/UFBA, e Yacunã Tuxá, graduanda em Letras na UFBA, além das artistas que foram bolsistas do projeto e pesquisadoras visitantes no IHAC, Glicéria Tupinambá, Graciela Guarai, Juliana Xukuru, Olinda Yawar Tupinambá e Ziel Karapotó, e conta ainda com obras das artistas Irekran Kayapó, Denilson Baniwa, Gustavo Caboco e Naine Terena. Algumas das obras de Hãhãw foram reproduzidas para circular entre territórios indígenas e também serem apresentadas em eventos internacionais, como em Durban, agora, e em breve em Manchester, no Reino Unido.
 
 
 
Obras da exposição Hãhãw: Arte Indígena Antirracista na entrada da Universidade de Kwazulu-Natal, em Durban, na África do Sul, para abertura da conferência POLLEN (Political Ecology Network)
 
O programa detalhado pode ser acessado em: https://pollen2022.com/detailedprogramme/
 
O Centre for Civil Society, da Universidade de Kwazulu-Natal (https://ccs.ukzn.ac.za/), é um importante centro de pesquisa sobre temas de justiça ambiental, um importante observatório de protestos sociais e das lutas dos movimentos sociais, e tem tido grande importância na África do Sul acompanhando a situação de violência e assassinatos de defensores ambientais que lutam contra projetos extrativos de mineração, assim como debates sobre migração, desenvolvimento e justiça econômica, para se imaginar a reconstrução da África do Sul pós-Apartheid. O CCS acompanha de maneira crítica as políticas dos BRICS e  de justiça climática, com um potencial de ser um parceiro estratégico no desenvolvimento de pesquisas em conjunto Sul-Sul para investigar problemas comuns. O centro costuma receber professores e pesquisadores visitantes para estágios doutorais e pós-doutorais de pesquisas, e esta missão visa facilitar o intercambio de pesquisadores vinculados ao programa que trabalham com os temas de pesquisa do centro.