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GRAVIDADE | publicação de arte independente feita por estudantes do IHAC participa da Mostra “Magia Negra” no Coaty
Gravidade é uma publicação de arte independente dedicada à evidenciar a qualidade das produções artísticas, performativas e poéticas de artistas dissidentes que, uma vez fora ou à margem do circuito tradicional de arte contemporânea brasileiro, pois por ele mesmo invizibilizadas, vêm se destacando na cena independente. Isso a partir do trânsito entre fluxos de marginalidades e precariedades e da proposição de formas de viver e produzir arte que deslocam os padrões normativos hegemônicos, com obras de conteúdo político situado na vivência de sujeitas marcadas pelo enfrentamento cotidiano das inúmeras violências que continuam a atuar numa sociedade onde as formas modernas de colonização se perpetuam, inclusive no campo artístico.
O projeto é desenvolvido por três artistas com atuação destacada nessa cena dissidente de produção artística no contexto baiano. Carol Dia, Levi Barbosa e Talita St atuam como comissão editorial e curatorial do projeto, sendo assim, interlocutores desta cena em emergência, demarcando a presença de uma arte que existe para criar rasuras, deslocamentos e provocar encontros que geram novos espaços e possibilidades de se pensar sobre a arte autônoma, mediante à reunião de vozes múltiplas e particulares de artistas, pensadores, agentes e interessados na arte e na cultura disruptiva e autoral. Além dos três artistas que são os responsáveis pela execução e identidade da proposta, destaca-se que o projeto conta já com artistas colaboradores mensais fixos de renome neste cenário como JeisiEkê de Lundu, Daniela Lisboa e Malayka SN. Além disso, já possui em seu acervo obras de Mayara Ferrão, Aléx Igbo, Felipe Rezende, Mariana Rodrigues e Maria Tuti Luisão, dentre outras.
A união dessas artistas cumpre um papel de trazer o foco para uma arte que visa comunicar através da poética, invertendo assim a lógica que permeia as práticas do circuito tradicional elitista de arte contemporânea no Brasil, de maneira que, pensar sobre a importância dessa produção que é feita em Salvador, na Bahia, nordeste do Brasil, periferia num Sul-Global, evidencia o protagonismo de artistas marginalizados fora de uma lógica de mera reprodução de subalternidade, colocando-os como produtores de um conhecimento decolonial, como propagadores de suas vozes historicamente silenciadas, e principalmente como criadores de uma nova estética e de uma nova discursividade que desmonta o status quo da arte contemporânea hegemônica e inaugura novos paradigmas de criação de imaginários sociais.
Cada edição de Gravidade conta com uma de trabalhos artísticos em formato escrito (prosa, poesia, contos, crônicas, resenhas, análises, críticas, narrativas ficcionais, relatos de processos, etc) e imagético (pintura, desenho, gravura, ilustração, fotografia, foto-performance, etc), reunidos em torno de uma provocação criativa. A revista possui versão digital e física, cujo objetivo é circular de maneira gratuita pelos espaços institucionais e independentes de arte de Salvador e de outras cidades onde as artistas colaboradoras transitam.
Gravidade nasce, então, no sentido de atender ao impulso e à necessidade prática de documentar e de produzir registros, reproduções, reflexões e diálogos acerca do campo artístico que não está descolado do universo político e social de sua época: agora. Assim, Gravidade é uma iniciativa de registrar o que vem sendo feito como arte performativa através do movimento e conexão de pessoas cuja expressão poética trata-se de uma reparação histórica.
Com três edições da revista lançadas e circulando por diversos espaços de Salvador, Gravidade participa do dia 28 de novembro do projeto “Magia Negra”, mostra de performances, vídeos e música que exalta poéticas afro-brasileiras, com realização do Goethe-Institut Salvador, o evento ocupa o Coaty de 26 a 28 de novembro. Com a curadoria de Tiago Sant’Ana, a mostra tem como eixo central a investigação sobre as poéticas artísticas afro-brasileiras contemporâneas, entendendo as suas especificidades de construção em meio à unidade em torno desse termo maior.
Além de ações de performance, Djs e distribuição de exemplares da terceira edição de Gravidade, haverá o lançamento do canal audiovisual da revista com a exibição exclusiva da conversa de Frutífera Ilha com a Musa Michelle Mattiuzzi! A programação conta ainda com DICERQUEIRA, Malayka SN, Coletivo Umburana e mais. A entrada é gratuita!
Leia a versão digital no Issu
Para saber mais sobre a publicação e acompanhar as novidades, siga no instagram @gravidade.art
Texto: Carol Dia
Foto: capa da terceira edição de Gravidade
O que: Gravidade na mostra “Magia Negra”
Onde: Coaty (Ladeira da Misericórdia, pelourinho) Quando: 28 de novembro de 2019, a partir das 19h